O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, visitará Washington na próxima semana, após a sua aparição na Assembleia Geral das Nações Unidas, segundo três autoridades norte-americanas.
O plano de Zelensky de comparecer pessoalmente perante a Assembleia Geral na terça-feira, como parte da reunião anual da ONU na cidade de Nova York, já era conhecido. Mas a sua próxima viagem a Washington – onde se espera que se encontre com o presidente Biden na Casa Branca e com membros do Congresso no Capitólio – ainda não foi anunciada oficialmente.
Isto ocorre num momento em que a administração Biden trabalha para reforçar o apoio no Congresso para mais 24 mil milhões de dólares em ajuda militar e humanitária à Ucrânia, no meio de uma contra-ofensiva ucraniana que até agora produziu resultados decepcionantes. Zelensky insiste que a Ucrânia ainda pode obter ganhos importantes.
Zelensky visitou Washington pela última vez em Dezembro, onde se dirigiu ao Congresso e apelou ao fornecimento contínuo de armas americanas para a batalha do seu país contra a Rússia, que está prestes a entrar no seu 19º mês. Desde então, a ansiedade aumentou entre os apoiantes da Ucrânia, à medida que assistiu a um declínio no apoio público dos EUA para continuar a ajuda ao país.
Desta vez, não se espera que Zelensky faça um discurso público formal ao Congresso, mas sim que realize reuniões no Capitólio, inclusive com líderes do Congresso, de acordo com assessores familiarizados com os planos. Embora a maioria dos legisladores ainda apoie a ajuda à Ucrânia, um coro crescente de republicanos de direita, a maioria deles na Câmara, tem tentado restringir a assistência e até ameaçar bloquear medidas para financiar o governo federal se incluírem o que chamam de uma “cheque em branco” para a Ucrânia.
O presidente da Câmara, Kevin McCarthy, que enfrenta um flanco rebelde da extrema-direita do seu partido que poderá custar-lhe o seu emprego, pareceu vacilar sob a pressão para não repor os fundos, apesar de ter dito anteriormente que apoiava a continuação da ajuda à Ucrânia. Ele está a considerar avançar com um projeto de lei de financiamento suplementar que se concentraria exclusivamente em questões internas, como a assistência de emergência em caso de catástrofe e a segurança das fronteiras, colocando em risco o financiamento adicional para a Ucrânia.
A administração Biden permaneceu resoluta. Durante uma visita a Kiev, capital ucraniana, na semana passada, o secretário de Estado Antony J. Blinken prometeu que os Estados Unidos continuariam a apoiar a Ucrânia.
As visitas planejadas de Zelensky ocorrem em meio a relatos de que o governo Biden pode estar se aproximando de uma decisão sobre o envio de sistemas de mísseis táticos do Exército de longo alcance para a Ucrânia, conhecidos como ATACMS, que as autoridades ucranianas dizem precisar para fazer grandes avanços contra a Rússia. Autoridades ucranianas disseram nas últimas semanas que têm esperança de que Biden aprove as armas.