Corremos para dentro do complexo através dos restos bombardeados de um prédio nos arredores do local, escoltados por forças especiais israelenses, abrindo caminho entre os escombros. Eles disseram que ainda era muito perigoso passar pelo portão principal por causa dos combates nas proximidades.
Lá dentro, encontramos um esquadrão de soldados israelenses dormindo em uma cafeteria que virou dormitório improvisado. A algumas dezenas de metros de distância, algumas luzes brilhavam nas janelas do próprio hospital – prova, disseram os israelenses, de que o hospital continuava a funcionar apesar da presença deles.
Mas não nos foi permitido ligar os nossos telefones para ligar para a administração do hospital e o estado do hospital não pôde ser confirmado. A Organização Mundial da Saúde disse esta semana que Al-Shifa deixou de funcionar como hospital, e médicos entrevistados pela Al-Jazeera, um canal de notícias do Catar, disseram esta semana que as condições pioraram acentuadamente.
Procurando justificar a sua presença no hospital, os soldados levaram-nos para ver um poço de pedra e betão no seu terreno, com uma escada que descia até à terra – prova, disseram as autoridades israelitas, de uma instalação militar do Hamas sob o hospital.
Mas o coronel Elad Tsury, comandante da Sétima Brigada de Israel, disse que as forças israelenses, temendo armadilhas, não se aventuraram pelo poço. Ele disse que foi descoberto na tarde de quinta-feira sob um monte de areia no perímetro norte do complexo.
Na escuridão, não estava claro para onde o poço levava ou a que profundidade ele ia, embora os militares tenham afirmado que ele havia enviado um drone pelo menos vários metros. A fiação elétrica era visível no interior, junto com a escada de metal.
Quando partimos, meia hora depois, o propósito do poço permanecia sem solução.
O mesmo aconteceu com os combates nas proximidades.
Enquanto nos espremíamos de volta para o veículo de transporte de pessoal, os tiros continuavam a ecoar nas ruas vizinhas.