O vinho correu livremente numa cidade portuguesa durante o fim de semana.
Dois tanques contendo quase 600 mil galões (cerca de 2,2 milhões de litros) de vinho em uma destilaria desabaram no domingo, espalhando uma torrente de vinho tinto pelas ruas da pequena cidade de Levira.
Um tanque, aberto na parte superior, ruiu devido a uma “falha estrutural”, disse Pedro Carvalho, chefe executivo da destilaria Destilaria Levira, no município português de Anadia, cerca de 220 quilómetros a norte de Lisboa. A força do vinho derrubou outro tanque, fazendo com que o vinho de ambos os tanques saísse da destilaria e caísse nas ruas.
As autoridades estão investigando a causa do colapso, disse Carvalho.
Parecia “um rio”, disse Carvalho, que observou que depois não havia cheiro forte no ar porque era “vinho de boa qualidade”.
O derramamento não durou mais de uma hora, disse Carvalho, e o corpo de bombeiros voluntários local ajudou a limpar as estradas. Nenhum ferimento foi relatado.
“Lamentamos profundamente o incidente ocorrido”, afirmou a destilaria numa publicação no Facebook, desculpando-se por quaisquer danos causados à cidade e, em particular, à cave de uma casa.
“Assumimos total responsabilidade pelos custos associados à limpeza e reparo de danos”, disse a destilaria. “Estamos empenhados em resolver esta situação o mais rápido possível.”
Os tanques que ruíram faziam parte de um esforço para resolver um problema mais amplo: há demasiado vinho na Europa. Portugal, tal como outros grandes produtores de vinho europeus, como França e Itália, sofre de um excesso de oferta de vinho, em grande parte devido a um declínio no consumo e nas exportações. Os tanques que desabaram eram usados para armazenar o vinho excedente, segundo a destilaria.
Em Junho, a Comissão Europeia, o ramo administrativo da União Europeia, anunciou medidas de apoio aos produtores de vinho da região e reduzir o excesso de suprimentos. As medidas estão em vigor até 15 de outubro.
A inflação é uma das razões para a queda no consumo, e uma boa colheita no ano passado e os problemas contínuos da pandemia do coronavírus causaram uma acumulação de stocks. A Comissão Europeia estimou uma queda de 34 por cento no consumo de vinho em Portugal este ano. Ao mesmo tempo, a produção de vinho na Europa aumentou.
As exportações de vinho da União Europeia também diminuíram: no primeiro trimestre deste ano, as exportações foram cerca de 8,5% inferiores às de 2022, segundo a comissão.
O excedente afecta especialmente os vinhos tintos e rosés provenientes de regiões de França, Portugal e Espanha. O governo francês anunciou este mês que gastaria mais 200 milhões de euros (cerca de 214 milhões de dólares) para destruir dezenas de milhões de galões de vinho.