Negociações de cessar-fogo no Cairo fracassaram
As negociações entre Israel e o Hamas estagnaram novamente, o que significa mais incerteza para as famílias dos reféns israelitas e nenhum alívio rápido para os palestinianos em Gaza. Os mediadores lutaram para colmatar as lacunas restantes e uma delegação do Hamas abandonou as conversações, disseram as autoridades.
A principal disputa foi sobre a duração de um cessar-fogo, com o Hamas exigindo um cessar-fogo permanente e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, expressando abertura apenas a uma suspensão temporária dos combates.
O Hamas culpou Netanyahu pela falta de progresso, que prometeu realizar uma ofensiva terrestre em Rafah, onde cerca de um milhão de palestinos estão abrigados, com ou sem acordo. Israel e os EUA afirmam que o Hamas tem estado a atrasar um acordo. Netanyahu disse ontem que o fim da guerra permitiria ao Hamas reconstruir as suas capacidades militares e ameaçar comunidades em todo Israel.
A viagem de Xi Jinping à Europa
Xi Jinping, líder da China, chegou ontem a França na sua primeira viagem à Europa em cinco anos. Emmanuel Macron, o presidente francês, oferecerá um jantar de Estado para ele esta noite. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, participará das conversações em Paris.
Xi também visitará a Sérvia e a Hungria. As três nações europeias estão todas, em diferentes graus, a abraçar o impulso da China para uma nova ordem global – um mundo livre do domínio americano, onde os laços da Europa com os EUA são mais frouxos, embora não livres. A visita de Xi será provavelmente vista como um esforço nada subtil para dividir os aliados ocidentais.
Qual é o próximo: A chegada de Xi à Sérvia coincide amanhã com o 25º aniversário do bombardeamento equivocado da OTAN contra a Embaixada da China em Belgrado. O governo chinês continuou a comemorar a greve, aproveitando-a como uma ocasião para denunciar o que considera a hipocrisia e a intimidação ocidentais.
Ucrânia luta para nomear seus mortos
Após dois anos de guerra na Ucrânia, famílias, advogados e grupos de defesa dos direitos humanos dizem que os militares ucranianos estão simplesmente sobrecarregados com baixas e incapazes de contabilizar milhares de mortos.
Alguns dos soldados desaparecidos foram capturados pelas tropas russas, mas outros podem estar mortos e não identificados, jazendo em necrotérios enquanto o governo resolve o atraso. Os combates nas trincheiras muitas vezes deixam os corpos abandonados em grande número em áreas tampão, tornando mais difícil obter uma imagem clara do custo da guerra.
Pelos números: Em fevereiro, da Ucrânia o presidente, Volodymyr Zelensky, estimou o número de soldados mortos em 31 mil, e Kiev disse que cerca de metade desse número está desaparecido. (As estimativas dos EUA são muito mais elevadas, sugerindo que até Agosto passado, 70.000 soldados ucranianos tinham morrido.)
MAIS NOTÍCIAS PRINCIPAIS
Drones baratos e montados ao acaso são fundamentais para a luta dos rebeldes em Mianmar contra a junta militar. As forças da resistência estão a ser criativas com instruções obtidas através de crowdsourcing online, peças encomendadas à China e fios reaproveitados de drones utilizados na agricultura – mesmo quando a electricidade falha.
Os drones mudaram o curso da luta, ajudando os rebeldes a capturar postos avançados apenas pairando e assustando os soldados para que fugissem.
Vidas vividas: Bernard Hill, um ator britânico que encarnou a liderança masculina estóica na franquia “Titanic” e “O Senhor dos Anéis”, morreu aos 79 anos.
INICIADORES DE CONVERSA
NOTÍCIAS ESPORTIVAS
A Primeira Liga: A corrida para decidir o campeão inglês de futebol deste ano cativou os torcedores. Mas não é apenas uma história inglesa. Veja fotos aqui.
O maior designer da Fórmula 1: A corrida para contratar Adrian Newey em 2025.
ARTES E IDEIAS
Da Bauhaus à casa de diversão
Na década de 1960, o artista americano Frank Stella, que morreu no sábado aos 87 anos, ajudou a gerar o movimento minimalista com suas incessantes pinturas negras. Mas ele também foi seu desertor mais conhecido: no final da década de 1970, ele buscou o espaço profundo extravagante e as curvas barrocas com o mesmo fanatismo com que antes os havia evitado.
Stella não via a arte como um caminho para melhorar a sociedade ou combater a injustiça. “Se os artistas querem fazer algo útil”, disse ele, “eles podem ser assistentes sociais ou políticos. Ou eles podem ingressar no Exército dos EUA. A arte não faz o que uma assistente social faz. Nenhuma imagem abstrata vai ajudar ninguém.” Leia nosso obituário.
É isso no briefing de hoje. Obrigado por começar o dia com o The New York Times. -Natasha
PS O escritor Scaachi Koul conta como o programa de TV “Indian Idol” ajudou sua mãe a superar o câncer.
Entre em contato com Natasha e a equipe em briefing@nytimes.com.