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Reino Unido considera novas proibições de smartphones para crianças

Por Humberto Marchezini


Sabemos surpreendentemente pouco sobre o impacto da proibição dos smartphones nas escolas, afirma Sonia Livingstone, professora da London School of Economics que estuda como as tecnologias digitais afectam os jovens. Existem relativamente poucos bons estudos nesta área, e os estudos que foram realizados muitas vezes apontam em direções contraditórias. Há evidências suficientes para sugerir que impedir que as crianças acessem seus telefones melhora a concentração, diz Livingstone, mas é muito mais difícil dizer que proibir os telefones leva a menos bullying ou a mais brincadeiras. “A pesquisa é realmente insuficiente para isso”, diz ela.

Separar como questões específicas como bullying, saúde mental, tempo de sono, exercício e concentração são impactadas pelos smartphones é extremamente complicado, diz Livingstone. Ela aponta para a falta de serviços de saúde mental para jovens e péssimos salários e condições para os professores como outras questões potenciais que são negligenciadas em favor da proibição de smartphones. Os telefones podem ser parte do problema, diz ela, mas também são considerados uma solução para todos os fins. “Eles parecem ser a parte sobre a qual podemos fazer algo”, diz ela, “e parecem ser a novidade mais óbvia”.

O novo projeto de lei proposto também aumentaria a idade em que as crianças podem consentir que as empresas de mídia social usem seus encontros de 13 para 16 anos. “Se pudermos criar uma versão desses aplicativos e uma versão de smartphones efetivamente para menores de 16 anos, isso tornará é mais fácil para eles bater o ponto e realizar atividades no mundo real”, disse MacAllister ao Hoje mostrar. O Reino Unido já aprovou uma lei em 2023 – a Segurança on-linet-isso supostamente protege as crianças de alguns tipos de conteúdo, mas a maior parte da lei ainda não entrou em vigor.

Em vez de se concentrarem nas proibições, os legisladores deveriam pensar mais em como ensinar as crianças a ter relacionamentos mais saudáveis ​​com a tecnologia e responsabilizar as empresas de tecnologia, diz Pete Etchells, professor da Bath Spa University e autor de Desbloqueado: a verdadeira ciência do tempo de tela. “Precisamos pensar sobre como projetamos melhor (as tecnologias digitais) e apoiar as pessoas na compreensão de como usá-las”, diz ele.

E chegar lá, de acordo com Etchells, significa superar narrativas simplistas, como supor que restringir o tempo de tela levará a mais brincadeiras ao ar livre. Ele aponta para uma lei de 2011 na Coreia do Sul que proibia crianças de jogar jogos online entre meia-noite e 6 da manhã. Depois de quatro anos, a proibição não fez nenhuma diferença significativa em termos de uso da Internet ou horas de sono. A lei foi abandonada em 2021.

“Se você conversar com qualquer profissional de saúde mental, qualquer pesquisador nesta área, eles lhe dirão que não existe uma causa única para as coisas piorarem ou melhorarem”, diz Etchells. Considerar as restrições dos smartphones como a principal resposta aos problemas enfrentados pelos jovens pode revelar-se a resposta mais fácil do que a certa.



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