O grupo de produtores de petróleo conhecido como OPEP Plus reuniu-se na quinta-feira e não anunciou novos cortes de produção face à descida dos preços, mas a Arábia Saudita disse mais tarde que continuaria a reduzir a produção em um milhão de barris por dia até Março, em coordenação com alguns países. outros países que não foram nomeados.
Os traders de petróleo, que esperavam cortes mais substanciais, reagiram com frieza às notícias. Os futuros caíram durante o dia, com o petróleo Brent caindo 0,4 por cento, para US$ 82,80 o barril, e o West Texas Intermediate caindo mais de 3 por cento, para US$ 75,25.
“As primeiras indicações são de que isto é decepcionante para os mercados em comparação com as expectativas que se acumularam ao longo da semana passada”, disse Richard Bronze, chefe de geopolítica da Energy Aspects, uma empresa de pesquisa. Notícias de cortes de produção precederam a reunião.
A OPEP Plus disse que o Brasil, gigante do petróleo que até agora não fazia parte do grupo de produtores, deverá aderir no próximo ano. Alexandre Silveira de Oliveira, ministro de Minas e Energia do Brasil, participou da reunião por teleconferência e confirmou que seu país aderiria em 2024, enquanto se aguarda a análise dos documentos. O Brasil, no entanto, não cortará a produção.
Sendo um dos produtores de petróleo com crescimento mais rápido no mundo, o Brasil aumentaria o poder de fogo da OPEP Plus, que já produz mais de 40% do abastecimento mundial de petróleo. O Brasil é o maior produtor de petróleo da América do Sul e deverá bombear cerca de 3,8 milhões de barris de petróleo por dia no próximo ano, segundo a Agência Internacional de Energia.
A reunião, que estava originalmente planejada para o fim de semana passado, foi adiada, levantando preocupações de que seria difícil chegar a um consenso.
As escolhas em cima da mesa não eram apelativas para os responsáveis do petróleo. A questão era essencialmente até que ponto restringir a produção e como repartir a dor.
A OPEP Plus já fez uma série de cortes de produção para manter os preços durante o último ano, e há poucos sinais de alívio em 2024.
A procura mundial de petróleo deverá abrandar acentuadamente em 2024, num contexto de abrandamento económico na China, o maior importador, e de perspectivas de crescimento tímidas para grande parte da economia global.
Ao mesmo tempo, prevêem os analistas, os Estados Unidos, a Guiana, o Brasil e outros produtores fora da OPEP Plus deverão aumentar a produção para absorver o modesto aumento da procura.
Dado que as receitas do petróleo são fundamentais para financiar os orçamentos governamentais, os programas sociais nacionais e os planos de investimento de muitos dos países membros, as decisões sobre questões como os limites máximos de produção são altamente sensíveis.