A batalha legal entre Apple e Corellium já dura quatro anos, mas o caso final já foi resolvido fora do tribunal, de acordo com um relatório hoje.
A disputa teve um momento divertido quando a Apple falhou em sua alegação de que Corellium havia violado direitos autorais ao replicar o iOS – e respondeu alegando violação de direitos autorais de papéis de parede da Apple…
O que o Corellium faz?
Corellium é uma empresa de segurança cibernética cujo software cria cópias virtuais de smartphones Android e iPhones. Os dispositivos virtuais destinam-se a pesquisadores de segurança que desejam procurar vulnerabilidades nos sistemas operacionais iOS e Android e em aplicativos móveis.
Para esse tipo de trabalho, uma versão virtual de um dispositivo é melhor que o próprio dispositivo, por vários motivos. Os pesquisadores podem trabalhar facilmente com múltiplas configurações de hardware – para encontrar bugs que podem se aplicar apenas a algumas delas – e também podem fazer coisas como pausar o iOS em um ponto específico para ver mais de perto o que está acontecendo.
Batalha legal entre Apple e Corellium
A Apple levou o Corellium ao tribunal pela primeira vez em 2019.
Nunca houve qualquer disputa sobre o fato de Corellium replicar propriedade intelectual protegida por direitos autorais da Apple. Isso incluiu o código do iOS e todos os gráficos usados na IU. O único debate era se isto equivalia a “utilização justa” – uma disposição legal que permite a reprodução de materiais protegidos por direitos de autor em determinadas circunstâncias.
Corellium disse que sim, pois a intenção é melhorar a segurança dos dispositivos, com pesquisadores de segurança ajudando a Apple a eliminar falhas de segurança.
A Apple disse que não, já que o Corellium não impôs nenhuma obrigação aos pesquisadores de segurança de relatar suas descobertas à fabricante do iPhone, o que significa que ele poderia ser usado por hackers black-hat em busca de vulnerabilidades que poderiam ser exploradas por malware. Imediatamente antes de entrar com o processo, a empresa de Cupertino abriu seu próprio programa de recompensas de segurança, que dá aos pesquisadores de segurança convidados acesso a versões de desenvolvimento de iPhones, que são, na verdade, dispositivos desbloqueados.
A batalha esquentou, com o CEO da Corellium argumentando que a Apple estava tentando estabelecer um precedente legal que lhe permitiria tomar medidas legais contra os jailbreakers do iPhone. Vimos até o Departamento de Justiça se envolver no caso, alegando “preocupações de segurança nacional” sobre as evidências que a Apple queria apresentar.
A Apple perdeu, apelou, perdeu novamente e abriu um novo caso
A Apple perdeu o caso, com o juiz decidindo que o software Corellium equivalia a uso justo. A fabricante do iPhone planejou recorrer e buscou uma liminar contra a venda do software até que o recurso fosse ouvido. No entanto, esses processos foram posteriormente arquivados pela Apple e parecia que os dois lados estavam perto de chegar a algum tipo de acordo.
Menos de uma semana depois, porém, a Apple encerrou as discussões e prosseguiu com seu apelo. Isso levou algum tempo para chegar a tribunal, mas quando chegou, o tribunal de recurso manteve a decisão original, de que a utilização do Corellium estava de facto abrangida pela doutrina do uso justo.
A Apple não desistiu, no entanto. Curiosamente, tendo sido informado de que não havia problema para o Corellium copiar todo o código do iOS, o fabricante do iPhone entrou com uma nova ação argumentando violações de direitos autorais e marcas registradas no papel de parede e na marca da Apple!
Um novo acordo foi alcançado
Forbes informa que este último caso já foi resolvido.
Na quinta-feira, o tribunal anunciou que um acordo havia sido alcançado. “As partes chegaram a um acordo total e completo de todas as causas de ação e questões restantes neste caso”, dizia uma nota na súmula. “O tribunal parabeniza as partes e seus advogados por chegarem a um acordo amigável neste caso.”
Nem a Apple nem a Corellium comentaram o caso até o momento da publicação.
Ainda não surgiram detalhes sobre os termos do acordo.