Wall Street está perplexa.
O ouro, normalmente visto como um refúgio em períodos de turbulência económica, especialmente como uma protecção contra a inflação, subiu acentuadamente de preço ao longo do último mês, apesar de as perspectivas para a economia terem melhorado e a inflação, embora ainda elevada, estar bem abaixo dos recentes altos.
O metal precioso estabeleceu uma série de máximos recordes ao subir cerca de US$ 300, para US$ 2.350 por onça troy, desde o início de março.
A medida foi atribuída, pelo menos em parte, a uma explosão de compras de ouro por parte de bancos centrais de todo o mundo, incluindo a China. Mas os investidores disseram que as compras do banco central não explicam totalmente um aumento tão repentino de preços.
“É desconcertante para qualquer pessoa no mercado de ouro”, disse Chris Mancini, gestor de carteira de ouro da Gabelli Funds.
Ele observou que os fundos negociados em bolsa, um tipo de veículo de investimento que é negociado publicamente como uma ação, têm sofrido retiradas por parte dos investidores, o que normalmente é um sinal de alerta para os observadores do ouro. E nos mercados de futuros, que são derivados ligados ao preço do ouro, a procura permaneceu fraca até ao início deste mês, quando alguns gestores de dinheiro começaram a comprar, mostraram dados oficiais.
E isso ainda não explica como começou a recuperação, com algumas especulações de que uma geopolítica tumultuada está a impulsionar investimentos públicos e privados no ouro.
“Tudo o que podemos apontar é que se trata de uma demanda física de algum lugar que não está sendo captada nos dados que vemos”, disse Mancini.