Home Economia Os cientistas congelam corais há décadas. Agora eles estão aprendendo como acordá-los

Os cientistas congelam corais há décadas. Agora eles estão aprendendo como acordá-los

Por Humberto Marchezini


Esta história originalmente apareceu em Hakai e faz parte do Balcão Climático colaboração.

Arah Narida se inclina sobre um microscópio para observar uma placa de Petri de plástico contendo um coral. O animal – um disco branco-azulado com aproximadamente metade do tamanho de uma borracha de lápis – é uma maravilha. Há apenas três semanas, o coral era menor que um grão de arroz. Também estava congelado. Isto é, até Narida, um estudante de pós-graduação da Universidade Nacional Sun Yat-sen, em Taiwan, descongelá-lo com o impacto de um laser. Agora, logo abaixo dos tentáculos do coral, ela avista uma pequena reentrância no esqueleto onde um segundo coral está começando a brotar. Essa pequena cavidade é uma prova de que o seu coral está a atingir a idade adulta, um feito que nenhum outro cientista conseguiu com uma larva previamente congelada. Narida sorri e tira uma foto.

“É como se você visse o Capitão América enterrado na neve e, depois de tantos anos, ele estivesse vivo”, diz ela. “É tão legal!”

Durante quase 20 anos, os cientistas têm criopreservado corais – congelando-os a temperaturas tão baixas como -196 Celsius para armazenamento a longo prazo. O objetivo tem sido um dia plantar corais cultivados a partir de amostras criopreservadas em recifes infestados por branqueamento e acidificação. No entanto, o progresso tem sido dolorosamente lento. Quando Narida e seus colegas publicou um estudo no início deste ano, detalhando como eles cultivaram com sucesso corais adultos a partir de larvas criopreservadas, foi um marco para o campo.

A criopreservação de corais é difícil em parte porque o congelamento e o descongelamento causam estragos nas células. À medida que os cientistas baixam a temperatura, a água nas células dos corais transforma-se em gelo, deixando-os desidratados e murchos. O reaquecimento é igualmente delicado: se o coral for aquecido muito lentamente, o derretimento do gelo pode congelar novamente e romper as membranas externas das células. O resultado é uma bagunça encharcada, à medida que as entranhas das células escorrem por buracos irregulares – imagine um morango congelado ficando flácido e murcho à medida que descongela.

Porém, por tentativa e erro, os criobiologistas desenvolveram as técnicas que ajudaram Narida a cultivar seu coral até a idade adulta. Para evitar danos causados ​​pelo gelo, diz Narida, ela primeiro lava os animais com anticongelante. O anticongelante pode ser tóxico, mas também penetra nas células das larvas e expulsa a água, ajudando o coral a sobreviver à próxima etapa: ser mergulhado em nitrogênio líquido.



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