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As práticas de coleta de dados da Meta foram questionadas na terça-feira, depois que o mais alto tribunal da União Europeia confirmou uma decisão dos reguladores antitruste alemães de que a empresa havia abusado de seu domínio nas mídias sociais ao coletar informações sobre os usuários.
A decisão no caso acompanhado de perto pelo Tribunal Europeu de Justiça abriu caminho para o principal órgão antitruste da Alemanha, o Bundeskartellamt, impedir que o Meta combine dados coletados sobre usuários em suas diferentes plataformas, incluindo Facebook, Instagram e WhatsApp, bem como de sites e aplicativos externos, a menos que obtenha permissão explícita dos usuários.
A decisão prejudica o modelo de negócios da Meta, que se baseia na venda de publicidade direcionada com base nas enormes quantidades de dados que coleta sobre seus usuários à medida que usam os serviços da Meta e navegam na Internet em geral.
Por que é importante: encorajando uma supervisão mais rígida da Big Tech
A decisão oferece um novo impulso para os defensores de uma regulamentação mais rígida das maiores empresas de tecnologia do mundo. Embora a decisão se aplique apenas aos serviços da Meta na Alemanha, espera-se que ela influencie outras autoridades antitruste na União Européia.
Uma nova lei antitruste da UE, chamada Lei de Mercados Digitais, entrará em vigor nos próximos meses e dará aos reguladores novos poderes para incentivar a concorrência no setor de tecnologia.
Em particular, a decisão judicial de terça-feira dá às autoridades da União Europeia uma base legal mais firme para examinar como as práticas de coleta de dados podem minar a concorrência, que é uma nova direção para a fiscalização antitruste.
O tribunal disse que os reguladores que investigam casos antitruste também podem examinar se uma empresa está infringindo a lei de proteção de dados da União Europeia, chamada Regulamento Geral de Proteção de Dados, ou GDPR.
Antecedentes: Uma nova versão da lei antitruste
Em 2019, os reguladores alemães usaram uma nova interpretação da lei antitruste para determinar que as práticas de coleta de dados da Meta eram uma violação não apenas das regras da concorrência, mas também do GDPR. de dados simplesmente porque um usuário se inscreveu para usar um dos serviços da empresa.
Andreas Mundt, principal regulador antitruste da Alemanha, disse que as políticas da Meta representam uma escolha falsa, forçando as pessoas a usar os serviços da Meta e compartilhar seus dados, ou ficar fora dos onipresentes sites de mídia social da empresa.
Depois que a empresa apelou da decisão, ela finalmente chegou ao Tribunal Europeu de Justiça em Luxemburgo.
Mundt há muito pressiona os reguladores a serem mais duros contra o Facebook e outros gigantes da tecnologia. Ele argumentou que o Facebook usa os dados que coleta dos usuários para fortalecer sua posição sobre os rivais, prejudicando a concorrência.
Qual é o próximo
Em nota, a Meta disse que está “avaliando a decisão do Tribunal e terá mais a dizer oportunamente”.
A empresa agora terá que fazer mudanças na Alemanha para cumprir a decisão. Isso provavelmente incluirá um novo menu que oferece aos usuários mais opções sobre como seus dados são coletados.
Mas a decisão também tem implicações para outras plataformas online que coletam grandes quantidades de dados para publicidade digital, incluindo Amazon, Google e TikTok.
“Este julgamento abre caminho para uma aplicação mais eficaz contra as plataformas digitais dominantes”, disse Ursula Pachl, vice-diretora geral da Organização Europeia do Consumidor, um grupo de direitos do consumidor, em um comunicado.