JOANESBURGO – O governo das Maurícias proibiu na sexta-feira o acesso a sites de redes sociais antes das eleições parlamentares de 10 de novembro, nas quais o primeiro-ministro Pravind Jugnauth procura um segundo mandato no poder.
A directiva foi anunciada pelo regulador nacional das comunicações, que afirmou que os sites de redes sociais serão proibidos até 11 de Novembro, um dia após as eleições.
A proibição sem precedentes das redes sociais surge na sequência de um escândalo de escutas telefónicas que abalou o país no mês passado, quando conversas gravadas de políticos, empresários e membros da sociedade civil foram divulgadas nas redes sociais.
De acordo com o grupo de defesa da liberdade dos meios de comunicação Repórteres Sem Fronteiras, as conversas gravadas de cinco jornalistas conhecidos também foram publicadas nas redes sociais.
O governo deste país insular do Oceano Índico, que tem uma população de 1,2 milhões de habitantes, afirmou que estas fugas de informação constituem uma ameaça à segurança nacional e instruiu a autoridade de comunicações a suspender todo o acesso às redes sociais.
“A Autoridade de TIC deseja informar o público que, em resposta às preocupações relativas a postagens ilegais que constituem uma séria ameaça à segurança nacional e à segurança pública, recebeu diretivas na noite de 31 de outubro de 2024, para instruir todos os provedores de serviços de Internet a suspender temporariamente acesso a todas as plataformas de mídia social até 11 de novembro de 2024”, disse a Autoridade de Tecnologia da Informação e Comunicação na sexta-feira.
A provedora de serviços de rede EMTEL disse na sexta-feira que cumpriria a diretiva e que a experiência do usuário seria “progressivamente interrompida”.
“A EMTEL compreende os inconvenientes que esta acção causará aos seus clientes mas reitera que não tem outra alternativa senão cumprir a directiva ICTA”, afirmou.
A mídia local citou na sexta-feira uma declaração do gabinete do primeiro-ministro dizendo que a suspensão das redes sociais era essencial para proteger a segurança nacional e a integridade do país.
Ele disse que um comitê de crise estava se reunindo para conter “riscos existentes”.