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Maratona da Cidade do México abre investigação após alegações de trapaça

Por Humberto Marchezini


Os organizadores da Maratona da Cidade do México disseram que estavam investigando os corredores da corrida no mês passado por atitudes “antidesportivas”, depois que surgiram relatos online de pessoas trapaceando.

O Instituto de Esportes da Cidade do México, que organizou a maratona, disse em um comunicado na semana passada, que “procederia à identificação dos casos em que os participantes” da 40ª Maratona da Cidade do México “teriam demonstrado uma atitude antidesportiva durante o evento e invalidariam os seus tempos registados”.

O instituto não respondeu imediatamente às perguntas sobre quantas pessoas foram desclassificadas da corrida ou por que foram desclassificadas.

Há precedentes para um grande número de desqualificações na maratona. Os organizadores disseram em 2018 que 3.090 corredores foram desclassificados, principalmente por cortarem o percurso ou cruzarem a linha de chegada sem percorrer toda a distância. Em 2017desqualificaram 5.806 pessoas, a maioria delas envolvidas em interrupção de curso.

Acusações de trapaça nas corridas mexicanas também estão documentadas em páginas do Facebook, incluindo Los CazaTramposos Del Maratónou “Os caçadores de trapaceiros da maratona” e Você é cansaron?, “Você já está cansado?”, que nas últimas semanas postaram diversas denúncias de trapaça de corredores na Maratona da Cidade do México.

Marca, um jornal esportivo com sede na Espanha, informou que milhares de pessoas foram desclassificadas da corrida após usarem transporte público e carros para encurtar a distância. Essa estimativa não foi confirmada pelos organizadores da corrida.

A Maratona da Cidade do México é uma das 38 corridas este ano para ter o World Athletics Gold Label, uma classificação que indica que atendeu a requisitos rigorosos de design de percurso e gerenciamento de corrida. O vencedor da maratona recebe 550 mil pesos, ou mais de US$ 31 mil. A maratona deste ano foi em 27 de agosto.

O comunicado do Instituto do Esporte da Cidade do México afirma, em parte, que a maratona “não representa apenas uma celebração importante para toda a população da capital, mas também é uma oportunidade para reafirmar os valores transcendentais do esporte”, que inclui reforçando “a essência da competição desportiva e o seu impacto positivo na nossa sociedade”.

“Agradecemos a todos os participantes, espectadores e colaboradores por fazerem parte deste evento que eleva não só a atividade física disciplinada, mas também os valores que moldam uma comunidade desportiva exemplar”, afirma o comunicado.

Perguntas sobre trapaça na maratona deste ano novamente chamaram a atenção para um dos escândalos mais conhecidos da maratona no México.

Roberto Madrazo, ex-candidato presidencial, foi desclassificado da Maratona de Berlim em 2007 por trapacear. Ele usou a maratona como metáfora de determinação e firmeza em anúncios de campanha. Um fotógrafo esportivo levantou questões sobre a corrida de Madrazo depois que ele foi visto na linha de chegada vestindo uma jaqueta, boné e meia-calça, enquanto a maioria dos corredores usava camisetas e shorts encharcados de suor.

Madrazo disse na semana passada em uma postagem no X, plataforma de mídia social anteriormente conhecida como Twitter, que ele havia parado de correr a maratona de 2007 mais cedo por causa de uma lesão e foi até a linha de chegada para receber sua medalha de participante, porque ela foi concedida a todos os corredores.

Ele também respondeu ao desastre da maratona deste ano na Cidade do México, dizendo que 33% das pessoas que completaram apenas parcialmente a corrida não estavam trapaceando.





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