Home Saúde Islamistas matam dezenas de civis e soldados em dois ataques no Mali

Islamistas matam dezenas de civis e soldados em dois ataques no Mali

Por Humberto Marchezini


Militantes islâmicos realizaram ataques separados contra uma balsa de passageiros e um acampamento militar no norte do Mali na quinta-feira, disse o governo, matando dezenas de civis e soldados em uma região do país da África Ocidental que é cada vez mais controlada por grupos armados.

Pelo menos 49 civis e 15 soldados foram mortos nos ataques, e o exército matou cerca de 50 agressores, o governo disse em um comunicado.

Os ataques foram perpetrados por um afiliado da Al Qaeda, segundo o governo do Mali. Eles surgiram no momento em que grupos islâmicos fortaleceram seu controle sobre o norte do Mali, inclusive impondo um bloqueio a Timbuktu, um lendário local de influência islâmica nos séculos XV e XVI que está registrado como um Patrimônio Mundial da UNESCO.

Pelo menos 33 mil pessoas foram deslocadas desde o início do bloqueio em meados de agosto, segundo as Nações Unidas.

O ataque ao barco fluvial ocorreu na manhã de quinta-feira, quando o navio navegava no rio Níger. Na última sexta-feira, os agressores morto três pessoas em outro barco no mesmo rio, com destino a Tombuctu.

Mais tarde na quinta-feira, os agressores realizaram o segundo ataque do dia, a um acampamento militar na região vizinha de Gao.

O governo do Mali declarou três dias de luto nacional após os ataques mortais.

A segurança no norte do Mali tem vindo a deteriorar-se desde o ano passado, depois de os governantes militares do país terem expulsado uma missão militar francesa. Em Junho, ordenaram abruptamente que uma operação de manutenção da paz das Nações Unidas, com 13 mil pessoas, deixasse o país até ao final do ano.

A missão da ONU desocupou dois acampamentos militares na região de Timbuktu no mês passado e os insurgentes impuseram vários bloqueios pouco depois.

Os analistas fizeram comparações entre a contínua deterioração da situação de segurança no norte do Mali e um conflito em 2012 que acabou por levar um grupo islâmico a assumir o controlo de Tombuctu durante meses e a impor a lei Shariah.

A junta do Mali fez parceria com o grupo paramilitar privado russo Wagner, que tem cerca de 1.500 combatentes no terreno no país. As mortes de civis aumentaram desde que o grupo começou a conduzir operações ao lado dos militares do Mali no início de 2022, de acordo com reportagens, especialistas da ONU e organizações de direitos humanos.

Wagner foi anteriormente liderado por Yevgeny V. Prigozhin, que em junho encenou um motim de curta duração na Rússia, cancelou-o abruptamente e morreu no mês passado num acidente de avião, causado pelo que as autoridades ocidentais acreditaram ser uma explosão a bordo.

Uma delegação de responsáveis ​​da defesa russos viajou para o Mali na semana passada e reuniu-se com os líderes militares do país, no que diplomatas ocidentais disseram poder ser uma tentativa do Kremlin de recuperar o controlo de algumas das actividades do grupo Wagner.



Source link

Related Articles

Deixe um comentário