MOSCOU – Um dispositivo explosivo plantado perto de um prédio de apartamentos em Moscou matou o chefe das forças nucleares e químicas da Rússia na manhã de terça-feira, disseram autoridades.
O Comitê de Investigação da Rússia disse que a bomba, que foi acionada pelo dispositivo colocado em uma scooter, matou o tenente-general Igor Kirillov e seu assistente.
Kirillov, que foi nomeado chefe das forças de defesa nuclear da Rússia em abril de 2017, estava sob sanções de vários países, incluindo o Reino Unido e o Canadá, pelo seu papel na Ucrânia.
A bomba foi acionada remotamente e tinha potência equivalente a cerca de 300g de TNT, informou a agência de notícias estatal russa Tass, citando fontes não identificadas dos serviços de emergência.
Imagens da televisão estatal mostraram janelas quebradas e alvenaria chamuscada e enegrecida.
“Investigadores, peritos forenses e serviços operacionais estão trabalhando no local”, disse a porta-voz do comitê, Svetlana Petrenko, em comunicado. “Estão sendo realizadas atividades de investigação e busca para apurar todas as circunstâncias deste crime.”
Ela também disse que Moscou está tratando o atentado como um ataque terrorista.
Os Serviços de Segurança da Ucrânia, a SBU, acusaram Kirillov em 16 de dezembro pelo uso de armas químicas proibidas durante a operação militar russa na Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022.
Em maio, o Departamento de Estado dos EUA também afirmou num comunicado que tinha registado o uso de cloropicrina, uma arma química usada pela primeira vez na Primeira Guerra Mundial, contra tropas ucranianas. A SBU também disse ter registrado mais de 4.800 usos de armas químicas no campo de batalha desde fevereiro de 2022, especialmente granadas de combate K-1.
O ataque de terça-feira não é o primeiro a atingir uma autoridade russa.
Em 9 de dezembro, um dispositivo explosivo foi colocado debaixo de um carro na cidade ucraniana de Donetsk, ocupada pela Rússia, tendo como alvo Sergei Yevsyukov, chefe da prisão de Olenivka, onde dezenas de prisioneiros de guerra ucranianos morreram num ataque com mísseis em julho de 2022. Um outro ficou ferido na explosão.
O Serviço Federal de Segurança da Rússia disse no domingo que um suspeito foi preso e acusado de detonar o dispositivo.
Durante a operação de quase três anos, a Rússia obteve ganhos territoriais pequenos, mas constantes, para quase um quinto da Ucrânia que já controla.