NOVA IORQUE – Allen Weisselberg, ex-diretor financeiro da Organização Trump, confessou-se segunda-feira culpado em Nova Iorque de perjúrio relacionado com o testemunho que prestou no caso de fraude civil do ex-presidente.
Weisselberg, de 76 anos, rendeu-se à promotoria de Manhattan na manhã de segunda-feira e entrou no tribunal estadual algemado, usando uma máscara, antes de se declarar culpado de perjúrio. Os promotores acusaram Weisselberg de mentir sob juramento quando respondeu a perguntas em um caso sobre alegações de que Trump mentiu sobre sua riqueza em demonstrações financeiras fornecidas a bancos e seguradoras.
Weisselberg será condenado a cinco meses de prisão, disse o juiz.
“Allen Weisselberg espera deixar esta situação para trás”, disse seu advogado Seth Rosenberg em um comunicado.
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Depois que o The New York Times informou no mês passado que Weisselberg estava em negociações para se declarar culpado de perjúrio, o juiz Arthur Engoron, que presidiu o julgamento por fraude, ordenou que os advogados fornecessem detalhes relacionados à reportagem do Times.
Trump está apelando da sentença de Engoron que o ordena a pagar mais de US$ 454 milhões em multas e juros por enviar informações fraudulentas sobre os valores de seus ativos em anos de registros financeiros.
O novo processo criminal de Weisselberg ocorre poucas semanas antes de Trump ser julgado por acusações separadas de que ele falsificou registros comerciais. Esse caso envolve alegações de que Trump falsificou registros da empresa para encobrir pagamentos de dinheiro secreto feito durante a campanha de 2016 para enterrar as alegações de que ele teve encontros sexuais extraconjugais. Trump se declarou inocente e nega qualquer irregularidade.
O ex-advogado e negociador de Trump, Michael Cohen, disse que Weisselberg teve um papel na orquestração dos pagamentos, mas não foi acusado nesse caso, e nem os promotores nem os advogados de Trump indicaram que o chamariam como testemunha. Esse julgamento está programado para começar em 25 de março.
O caso de Weisselberg é separado do processo criminal que o promotor distrital de Manhattan, Alvin Bragg, moveu contra Trump no ano passado.
Weisselberg já cumpriu 100 dias de prisão no ano passado, depois de se declarar culpado de sonegar impostos sobre US$ 1,7 milhão em compensações não registradas da Organização Trump. Ele ainda está em liberdade condicional. Antes disso, ele não tinha antecedentes criminais.
Ele deixou a famosa Rikers Island, na cidade de Nova York, em abril, dias depois de Trump ter sido indiciado em seu processo criminal em Nova York.
Nos termos desse acordo judicial, Weisselberg foi obrigado a testemunhar como testemunha de acusação quando a Organização Trump foi levada a julgamento por ajudar executivos a sonegar impostos. Fê-lo cuidadosamente, expondo os factos do seu próprio envolvimento na evasão fiscal, mas tomando cuidado para não implicar Trump, dizendo aos jurados que o seu chefe não tinha conhecimento do esquema.
Os redatores da Associated Press, Michael R. Sisak e Jennifer Peltz, contribuíram para este relatório.
Esta história foi corrigida para mostrar que as acusações pelas quais Weisselberg se declarou culpado não ocorreram durante o julgamento.