Elon Musk viajou para Israel e se encontrou com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu na segunda-feira, visitando o local de um ataque do Hamas em uma visita que parecia ter como objetivo acalmar o clamor sobre seu endosso a uma teoria da conspiração antissemita na X, a plataforma de mídia social de sua propriedade.
Dezenas de grandes marcas suspenderam sua publicidade no X depois que Musk este mês acordado com uma postagem que acusava as comunidades judaicas de promoverem “o ódio contra os brancos que afirmam querer que as pessoas parem de usar contra eles”. A Casa Branca denunciou Musk por “promoção abominável do ódio antissemita e racista”.
Na terça-feira, depois de chegar a Israel, Musk escreveu no X que “as ações falam mais alto que palavras”. Vestindo um colete à prova de balas, ele visitou Kfar Azza, um kibutz israelense onde dezenas de pessoas foram mortas durante o ataque terrorista do Hamas em 7 de outubro.
O vídeo compartilhado pelo gabinete de Netanyahu mostrou os dois homens, acompanhados por seguranças, caminhando pela vila na chuva e inspecionando as ruínas enegrecidas de uma casa. Netanyahu disse no X que conduziu Musk um tour “para mostrar-lhe de perto os crimes contra a humanidade cometidos pelo Hamas”.
Em uma conversa com Netanyahu transmitida pelo X, Musk chamou a visita a Kfar Azza de “chocante” e disse que também lhe foram mostradas imagens do massacre de 7 de outubro que considerou “preocupantes”.
Netanyahu passou a maior parte da conversa explicando a razão da guerra em Gaza. Musk disse concordando que era importante “livrar-se daqueles que estão decididos a assassinar o povo judeu”, embora também tenha acrescentado que era importante minimizar as vítimas civis no enclave.
Musk também disse que era um desafio parar “o tipo de propaganda que convence as pessoas a cometer assassinatos”. Netanyahu não levantou a postagem de Musk nas redes sociais durante a conversa e Musk não se referiu a ela, ou ao papel de X na formação de atitudes públicas.
O proprietário do X deve se reunir ainda nesta segunda-feira com o presidente Isaac Herzog, de Israel.
A visita de Musk ocorre no momento em que ele enfrenta críticas mais amplas por tolerar e até encorajar abusos antissemitas em sua plataforma de mídia social. Ele atacou George Soros, o financista que é alvo frequente de abusos anti-semitas, e ameaçou processar a Liga Anti-Difamação, um grupo de direitos humanos que destacou o aumento do anti-semitismo em X.
A empresa disse que as preocupações com as postagens antissemitas na plataforma são exageradas.
Israel também pareceu chegar a um entendimento com Musk sobre sua proposta neste mês de implantar Starlink, o serviço de internet via satélite de sua propriedade, em Gaza, para agências humanitárias usarem em meio a blecautes de celular e internet. Os palestinos culparam Israel pelas interrupções nas comunicações.
O ministro das Comunicações de Israel, Shlomo Karhi, disse na segunda-feira que Musk consentiu em não acesso aberto ao sistema em Israel e em Gaza sem a permissão do seu ministério. “Esse entendimento é vital”, escreveu Karhi no X.