Cuba prendeu 17 pessoas em conexão com o que o seu governo diz ser uma rede que recruta os seus cidadãos para lutar na guerra da Rússia na Ucrânia, de acordo com um funcionário do governo cubano.
O chefe do departamento de investigação criminal de Cuba, César Rodriguez, disse na quinta-feira no Canal Caribe, um canal de notícias estatal, que uma das pessoas presas era responsável pela organização dos esforços de recrutamento dentro de Cuba.
Esta semana, o Ministério das Relações Exteriores de Cuba disse em um comunicado que o governo tinha iniciado um processo criminal contra uma “rede de tráfico de seres humanos” que recrutava pessoas para lutar na Ucrânia. O ministério não informou quantas pessoas foram afetadas ou se alguma delas viajou para a Rússia ou a Ucrânia.
As acusações não foram verificadas de forma independente. A Rússia não comentou o assunto.
Nenhuma das pessoas presas foi identificada. Os recrutadores procuravam cidadãos cubanos interessados em ações militares, especialmente aqueles com “comportamento anti-social” e antecedentes criminais, disse Rodríguez.
Cuba “não faz parte da guerra na Ucrânia”, afirmou o comunicado do Ministério das Relações Exteriores.
Cuba tem sido um aliado próximo da Rússia desde a Revolução Cubana em 1959. O presidente do país, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, e o presidente Vladimir V. Putin da Rússia comprometeram-se a fortalecer o relacionamento entre os seus países.
Autoridades dos EUA disseram que a Rússia tem lutado para atrair recrutas para o seu esforço de guerra. O ministro da Defesa da Rússia, Sergei K. Shoigu, disse no final do ano passado que o exército russo precisava de aumentar de 1,15 milhões de militares para 1,5 milhões.
Os acontecimentos investigados podem constituir um crime de mercenarismo, disse José Luis Reyes, chefe do departamento de acusação criminal de Cuba, no programa de televisão, acrescentando que a pena pode incluir 30 anos de prisão perpétua ou pena de morte.
Valeria Safronova relatórios contribuídos.