Quando Taylor Klein, uma estudante de engenharia, recebe uma mensagem de um amigo aconselhando-a a abrir um link, ela fica cautelosa. Eventualmente ela clica e se vê olhando para si mesma. O rosto de Taylor foi roubado para fazer um vídeo deepfake, que foi postado com suas informações pessoais em um site pornográfico.
O documentário “Another Body” leva-nos a este novo mundo covarde, onde as imagens de uma pessoa – na maioria das vezes uma mulher – podem ser retiradas das redes sociais e reaproveitadas digitalmente.
Quando Taylor contatou a polícia para denunciar o que ela pensava ser um crime, ela não foi muito longe. Atualmente, apenas cinco estados têm leis que tornam a pornografia deepfake não consensual um ato criminoso.
O filme, dirigido por Sophie Compton e Reuben Hamlyn, segue Taylor enquanto ela tenta rastrear o responsável. Ao longo do caminho, ela descobre outras duas pessoas cujos rostos também foram usados para pornografia deepfake: Julia, uma mulher que ela reconhece da faculdade, e Gibi, ator e streamer de ASMR.
A diferença é que os nomes de Taylor e Julia são pseudônimos e são retratados por atores de “véu facial” (essa tecnologia ganhou destaque no documentário “Bem-vindo à Chechênia”).
“Another Body” é mais persuasivo quando os especialistas avaliam os aspectos que alteram a realidade da tecnologia deepfake e do abuso sexual baseado em imagens. O fato de o documentário fazer isso utilizando parte dessa tecnologia para proteger as identidades de Taylor e Julia levanta suas próprias questões éticas – questões que, mesmo com a compaixão e transparência dos cineastas, “Another Body” não consegue resolver.
Outro corpo
Não avaliado. Duração: 1 hora e 20 minutos. Nos teatros.