Lloyd J. Austin III, secretário de Defesa dos EUA, disse a um comitê do Senado na quarta-feira que os Estados Unidos deixaram claro “desde o início que Israel não deveria lançar um grande ataque a Rafah sem prestar contas e proteger os civis que estão em naquele espaço de batalha e, novamente, ao avaliarmos a situação, interrompemos um carregamento de munições de alta carga.”
Bombas pesando 2.000 libras, algumas das maiores do arsenal israelense, foram usadas rotineiramente nas primeiras semanas da guerra, inclusive em áreas que os militares haviam designado como seguras para civis, de acordo com uma investigação do New York Times.
Na terça-feira, depois de alertar os civis para evacuarem para zonas seguras próximas, tanques israelenses avançaram para Rafah, assumindo o controle do lado de Gaza na passagem da fronteira da cidade com o Egito. Horas depois dessa ação, que ficou aquém de uma invasão total, a Casa Branca confirmou a pausa nas entregas de bombas.
Alon Pinkas, um ex-diplomata de Israel, disse que a decisão dos EUA foi motivada pela crescente frustração americana com Netanyahu, bem como pela pressão de alguns congressistas democratas para supervisionar mais de perto o uso de armas dos EUA por Israel. E, acrescentou, foi um sinal para Israel de que uma invasão em grande escala de Rafah poderia ter consequências adicionais.
“A lógica por trás disso é um aviso: se você não agir em conjunto, muito mais obstruções poderão acontecer”, disse Pinkas.
Matan Kahana, legislador do partido de Benny Gantz, rival político de Netanyahu e também membro do governo de emergência em tempo de guerra, disse numa entrevista à Rádio do Exército de Israel na quarta-feira que, no mínimo, a decisão ressaltou o dependência das munições americanas.