Home Saúde Autoridades russas ameaçam enterrar Navalny na prisão, dizem assessores

Autoridades russas ameaçam enterrar Navalny na prisão, dizem assessores

Por Humberto Marchezini


As autoridades russas alertaram a mãe de Aleksei A. Navalny que se ela não concordar com um funeral secreto, o falecido ativista da oposição será enterrado pelo Estado na prisão, de acordo com a porta-voz de Navalny.

Lyudmila Navalnaya, mãe de Navalny, teve três horas para concordar – ou até cerca de 12h30 EST – mas ela se recusou a negociar, argumentando que as autoridades russas não tinham o direito legal de decidir a hora e o local do enterro de seu filho, de acordo com a porta-voz do Sr. Navalny, Kira Yarmysh.

“Ela exige o cumprimento da lei, que exige que os investigadores entreguem o corpo no prazo de dois dias, a partir do momento em que a causa da morte for estabelecida”, disse Yarmysh em comunicado divulgado no X. Os dois dias expiram no sábado.

A mãe de Navalny “insiste que as autoridades permitam que um funeral e um serviço memorial sejam realizados de acordo com a tradição”, acrescentou Yarmysh.

O ultimato é a última reviravolta de uma saga macabra, na qual a mãe de Navalny, de 69 anos, tenta recuperar o corpo de seu filho há quase uma semana em um necrotério do Ártico, na Rússia, perto da prisão onde ele morreu.

Sua morte foi anunciada em 16 de fevereiro.

Navalnaya teve que esperar cinco dias antes que as autoridades russas lhe mostrassem o corpo na quarta-feira. Mais tarde, ela assinou um relatório médico alegando que ele morreu de causas naturais. Ela acusou as autoridades de a “chantageá-la”, recusando-se a libertar os restos mortais do seu filho até que ela concordasse com um funeral secreto sem um adeus público.

O impasse levou a uma manifestação de apoio à família de Navalny por parte de celebridades, que divulgaram vídeos exigindo que as autoridades russas entregassem o corpo. A estrela do balé Mikhail Baryshnikov, a ganhadora do Prêmio Nobel Svetlana Alexievich e o diretor Andrey Zvyagintsev estavam entre os que divulgaram mensagens de vídeo.

“É desconfortável discutir isto num país que até agora ainda se considera cristão”, disse Dmitri A. Muratov, editor russo vencedor do Prémio Nobel da Paz, num vídeo.



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