Na segunda notícia um tanto sombria do iPhone esta manhã, a receita da Foxconn cairá durante o trimestre de férias, de acordo com a empresa. Isto contrasta com a sua previsão anterior de crescimento.
Mais de metade dessa receita vem da Apple, já que a empresa de Cupertino enfrenta um triplo desafio na China…
Receita da Foxconn deve cair
Bloomberg relatórios.
Hon Hai Precision Industry Co. alertou que a receita cairá pelo terceiro trimestre consecutivo, gerando preocupações sobre a demanda pelo mais recente iPhone e eletrônicos de consumo da Apple Inc.
A Hon Hai, com sede em Taipei, principal braço público do Foxconn Technology Group, obtém mais da metade de seus negócios da Apple. A série iPhone 15, lançada em setembro, ficou tímida em relação ao seu antecessor na China, antes da crucial temporada de compras de final de ano.
A montadora reduziu sua perspectiva para seu negócio de componentes para estável em relação ao ano passado, após ter previsto crescimento anteriormente. A Apple alertou este mês que a receita no trimestre de dezembro estará próxima do nível de 2022, enquanto a empresa enfrenta um desafio inesperado da Huawei Technologies Co. e um ambiente de negócios cada vez mais hostil na China.
A Foxconn espera que a receita caia cerca de 4% com relação ao ano anterior, o que reduziria sua receita total em 2023 em mais de 6% – a primeira queda anual em sete anos.
Problemas triplos na China
A Apple enfrenta três desafios distintos na China.
Primeiro, surpreenda a concorrência da marca local Huawei, como explicamos hoje.
A vantagem da Huawei sobre a Apple atingiu o pico em 2020, quando os EUA impuseram sanções tecnológicas à China. Estas bloquearam a exportação de chips 5G dos EUA para a China. Dado que as capacidades 5G eram então obrigatórias para qualquer telefone premium, as vendas da Huawei caíram vertiginosamente.
Mas a Huawei lançou este ano o enorme sucesso Mate 60, um telefone premium com chip 5G fabricado por uma empresa chinesa – algo que os especialistas em tecnologia consideraram impossível na escala de tempo.
A surpresa face a este desenvolvimento não se limitou ao sector tecnológico – foi mesmo levantada pelo Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA durante uma recente conferência de imprensa na Casa Branca. As duas principais teorias são a violação das sanções, para obter chips fabricados nos EUA que foram rebatizados como chineses, e a espionagem industrial, onde a China obteve acesso não autorizado aos designs de chips dos EUA.
Em segundo lugar, o governo chinês respondeu às sanções dos EUA… desencorajando… as agências governamentais de comprar iPhones.
A China reagiu tentando prejudicar as vendas do iPhone no país. Inicialmente, falou-se em proibir funcionários do governo de usar iPhones. A China negou, mas murmurou vagamente sobre “incidentes de segurança” não especificados com os dispositivos. O governo dos EUA chamou isso de “retaliação inapropriada”.
Terceiro, existe o risco de interrupção da produção do iPhone no país, graças às consequências políticas da candidatura do fundador da Foxconn às eleições em Taiwan.
Uma investigação chinesa sobre a Foxconn foi anunciada pela mídia estatal. A Apple depende enormemente da Foxconn, estimando-se que uma única fábrica na China seja responsável por até 80% da produção global do iPhone.
A China é responsável por cerca de 20% das vendas globais do iPhone.
Foto: Maxim Hopman/Remover respingo