A estratégia Vision Pro da Apple de lançar primeiro um produto profissional de alta qualidade e depois uma versão mais acessível para o consumidor provavelmente terá sucesso no longo prazo, prevê a empresa de inteligência de mercado TrendForce.
A empresa afirma que embora muitos tenham criticado o preço altíssimo, o aparelho ainda conquistou respeitáveis 5% do mercado e criou expectativas que as marcas concorrentes precisarão atender…
Posicionamento exclusivo do Vision Pro
O Vision Pro não é o headset VR/AR mais caro do mercado, mas é o primeiro a atingir mais do que apenas um nicho de mercado.
Por exemplo, o Varjo XR-3 de US$ 6.500 que experimentei no ano passado destina-se apenas ao mercado de design sofisticado.
O Varjo XR-3 precisa ser conectado a um PC poderoso. Isso porque é direcionado exclusivamente aos setores empresariais e governamentais, que desejam o máximo desempenho possível – e compatibilidade com software de desenho industrial existente. A empresa nem sequer tenta vender o XR-3 aos consumidores.
O Vision Pro, por outro lado, é um produto independente com uma gama muito mais ampla de aplicações potenciais. Isso lhe confere uma posição única no mercado.
A especificação estabeleceu um novo padrão
TrendForce diz que os monitores de última geração da Apple, em particular, estabeleceram um novo padrão que outros dispositivos premium precisarão atender.
O Vision Pro conseguiu estabelecer um novo padrão para as expectativas dos usuários em relação à VR/MR. É também o primeiro dispositivo da indústria a contar com tecnologia de display OLEDoS, estabelecendo uma nova referência em especificações de produtos e qualidade visual no setor.
Também ampliou as percepções sobre o que um headset VR/AR pode fazer.
O lançamento do Apple Vision Pro mudou os dispositivos VR e MR além do seu foco tradicional no entretenimento orientado para o consumidor, rumo a um papel mais amplo como ferramentas de produtividade multifuncionais. O Vision Pro está redefinindo os recursos e casos de uso de dispositivos VR/MR, desde edição de documentos e reuniões virtuais até aplicativos avançados em saúde e educação. Espera-se que esta mudança de paradigma incentive outras marcas a reavaliar os atributos funcionais dos seus próprios dispositivos VR/MR, expandindo o seu papel tanto nos mercados de consumo como nos mercados empresariais.
O futuro é um mercado de dois níveis
Deixando de lado dispositivos especializados como o XR-3, a TrendForce acredita que a Apple criou efetivamente um mercado de dois níveis, com provável demanda por modelos Pro e não Pro.
Espera-se que a Apple lance sua próxima geração de dispositivos VR/MR já em 2026, com uma estratégia de introduzir dois modelos distintos voltados para os segmentos de ponta e mainstream.
Espera-se que o modelo topo de linha continue usando a tecnologia de display OLEDoS com resolução superior a 3.000 PPI, garantindo uma experiência visual excepcional. A Apple provavelmente considerará adquirir componentes de fornecedores além da Sony para reduzir os custos de produção, incluindo potencialmente fornecedores chineses que atualmente estão expandindo a capacidade de produção.
Para o seu modelo mainstream, espera-se que a Apple se concentre na acessibilidade e na eficiência de custos para atingir consumidores sensíveis aos preços. As possíveis opções de exibição para este modelo incluem telas OLED baseadas em vidro e LCDs com tecnologia backplane LTPO, ambas oferecendo um equilíbrio entre desempenho e custo. Esta estratégia dupla permitirá à Apple atingir simultaneamente os segmentos de mercado premium e mainstream, reforçando a sua influência no mercado global de VR e MR.
No momento, esperamos ter que esperar um pouco por um modelo Vision Pro de segunda geração, enquanto uma versão não Pro mais acessível pode não chegar até 2028. Mas embora isso possa ser frustrante, a Apple está jogando um longo jogo aqui, trabalhando no projeto desde pelo menos 2008.
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